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sábado, 3 de abril de 2010

Cap. I - Parte III

“Okay, deixa eu ver se entendi tudo. Depois de um tempo, as pessoas decidiram investigar os mistérios do pensamento humano baseados no DNA, aí com isso eles descobriram que todo e qualquer pensamento era diretamente influenciado pelas conseqüências dos seus instintos pra sobreviver, que eram, por conseqüência, pré-requisitos pra sobrevivência. E que esses pensamentos, por serem influenciados por instintos, sentimentos e blá blá blá, perdiam a qualidade da imparcialidade e se tornavam limitados? É isso?”

É. Os filósofos e metafísicos já suspeitavam disso, mas não aceitavam. Foi preciso um estudo profundo do intrincado DNA humano pra provar que o pensamento era limitado. As possibilidades, diferente do que a matemática provava, não eram infinitas. Ou seja, não era possível pro ser humano pensar qualquer coisa que quisesse, porque ele teria sido “programado” pra sobreviver, e essa programação influenciava ele, querendo o homem ou não. E impedia certos pensamentos, e a maioria deles eram as respostas que a humanidade procurava.

Outra coisa curiosa que descobriram é que não poderiam nem cortar esses instintos, porque qualquer coisa que não tivesse esses instintos de sobrevivências não sobrevivia. Isso fazia parte das instruções das células pra se multiplicarem. E também, com o estudo do DNA, descobriram que não era possível tornar alguma coisa mortal imortal. O genoma que causa a morte dos seres vivos está diretamente relacionado ao que gera vida... esses mesmos instintos de sobrevivência. E quando alteravam isso, as células paravam de responder... e morriam. Na tradução, descobriram que uma coisa imortal na verdade já está morta. Não preciso nem dizer como isso alterou a percepção do que vida e morte significava, certo?

Entretanto, saber disso não satisfaria nunca a curiosidade eterna da humanidade. E uma proposta pra obter respostas estava lá, na frente deles. Criar alguma coisa (não sabiam ainda se seria humano, ou um robô, ou um computador.) que não sofresse dos limites da mortalidade, mas que ao mesmo tempo fosse capaz de gerar pensamentos. Só que isso, supostamente, era contraditório e impossível. Mesmo depois de provado pelo DNA que os pensamentos surgiam e dependiam completamente dos instintos provindos da vida, os humanos tentaram.
E dessa impossibilidade, descobriram uma possibilidade. Porque eles podiam influenciar pensamentos através do DNA, assim como os instintos pra sobreviver influenciavam.

Um dispositivo que ampliou muito a capacidade humana era chamado de “extensão mental”. Era o primórdio da Inteligência Artificial Pura, como me chamavam no começo. Funcionava basicamente assim: acoplado ao cérebro, o dispositivo influenciava o controle do corpo, dando como “sobreordens” em contra-parte aos impulsos instintivos. Isso era arriscado, pois qualquer sobreordem exagerada causava morte. E isso ainda não solucionava o problema, pois as sobreodens eram dadas pelo pensamento humano ainda, que ainda era condicionado pelos instintos. E embora na época tivessem acreditado que apenas tinha rodado e rodado sem chegar a lugar algum, as sobreordens eram o início da resposta.

O final da resposta veio quando a idéia do simulador de sonhos finalmente funcionou.
O objetivo do simulador era simples: Era um programa de computador que imitava as ligações dos neurônios de um cérebro digital... Depois de vários cálculos, baseado nas variáveis que o cérebro real havia sido exposto, o simulador de sonhos deveria prever o sonho que o cérebro real teria. Quando finalmente os sonhos foram recriados com perfeição, os humanos haviam desvendado até onde era possível os segredos de sua própria mente.

E, quando uniram a capacidade de imitar artificialmente o pensamento humano e dar sobreordens aos instintos humanos pra cancelá-los inteiramente, o meu conceito surgiu.

É claro que antes de me projetarem, vários debates sobre o que aconteceria foram feitos... Era arriscado demais uma inteligência artificial desse tipo, porque conhecimento e poder sempre andaram unidos. Seria como criar uma arma, que poderia se revoltar contra seus criadores. Que poderia até não trazer respostas, e ao invés disso, criar objetivos próprios.

Mas, ao mesmo tempo que a humanidade havia evoluído, ela havia se aproximado da extinção eminente.

E meu projeto tornou-se a última esperança e a ameaça maior. A dualidade da alma humana aplicada

E a segunda pergunta mais importante do universo fez toda diferença.

Porque não?

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